terça-feira, 17 de março de 2015

O misterioso incidente do Passo Dyatlov



O incidente do Passo Dyatlov foi um evento que resultou na morte de nove esquiadores no norte dos montes Urais na noite de 2 de fevereiro de 1959. O incidente aconteceu na costa leste da montanha Kholat Syakhl (Холат Сяхл), cujo nome significa "Montanha dos Mortos". Desde então, o local da montanha onde o incidente ocorreu é chamado de Passo Dyatlov (Перевал Дятлова), baseado no nome do líder do grupo, Igor Dyatlov.



Fonte - Wikipedia

A ausência de testemunhas e as investigações subsequentes quanto à morte dos esquiadores inspiraram várias especulações. Alguns investigadores da época determinaram que os esquiadores rasgaram as suas barracas de dentro para fora, fugindo a pé sob uma forte tempestade de neve. Apesar dos corpos não demonstrarem sinais de luta, duas vítimas tinham o crânio fracturado e duas costelas partidas. As autoridades soviéticas determinaram que uma "força desconhecida" provocara as mortes; o acesso à região foi consequentemente bloqueado a esquiadores e aventureiros por três anos após o incidente. Devido à ausência de sobreviventes, a cronologia dos eventos ainda permanece incerta

Antecedentes:

Um grupo foi formado para uma expedição ao norte das Urais, em Oblast de Sverdlovsk. Liderado por Igor Dyatlov, consistia em oito homens e duas mulheres, a maioria estudantes ou licenciados do Instituto Politécnico de Ural (actualmente Universidade Técnica Estadual de Ural).

O objectivo da expedição era alcançar Otorten, uma montanha situada 10 quilómetros ao norte do local do incidente. Esta rota, naquela altura, era classificada como "categoria III", a mais difícil. Todos os integrantes possuíam experiência em excursões de esqui e expedições em montanhas.

O grupo viajou de comboio para Ivdel, cidade ao centro da província de Oblast de Sverdlovsk, desembarcando ali a 25 de janeiro. Daí, sairam para para Vizhai,, começando a marcha em direção a Otorten em 27 de janeiro. No dia seguinte, um dos participantes, Yuri Yudin, foi forçado a voltar devido a problemas de saúde.

Diários e câmaras encontrados no seu último acampamento tornaram possível rastrear a derradeira rota do grupo no dia anterior ao incidente. A 31 de janeiro, eles chegaram à beira de um monte e prepararam-se para escalá-lo. No dia seguinte os esquiadores começaram a descer o passo. Ao que parece eles planeavam atravessar o local e acampar do outro lado durante a noite seguinte, mas devido às horríveis condições meteorológicas, com tempestades de neve e declínio de visibilidade, o grupo acabou por se perder e seguiu para oeste, subindo em direcção ao topo do Kholat Syakhl. Quando perceberam que se enganaram, eles decidiram parar e acampar no declive da montanha.

Busca:

Dyatlov disse que mandaria uma mensagem telegráfica para seu clube desportivo assim que o grupo voltasse a Vizhai. Estimava-se que isso ocorreria por volta de 12 de fevereiro, mas mesmo com o passar da data não houve reacção, pois os atrasos eram comuns em expedições desse tipo. Em 20 de fevereiro, depois dos familiares dos viajantes exigirem uma operação de resgate, os administradores do instituto enviaram as primeiras equipas de busca, formadas por alunos e professores voluntários. Posteriormente, o exército e forças policiais foram envolvidas, com aviões e helicópteros requisitados a juntar-se à operação.

A 26 de fevereiro, as equipas de busca encontraram o acampamento abandonado em Kholat Syakhl. A barraca estava arruinada, e um conjunto de pegadas seguiam até a margem de um bosque próximo, estando cobertas por neve após 500 metros. À beira da floresta, sob um grande e antigo pinheiro, foram encontrados os restos de uma fogueira, juntamente com os primeiros dois corpos, descalços e a usar roupa apenas abaixo da cintura. Entre o pinheiro e o acampamento estavam outros três corpos, mortos numa posição que sugeria que estivessem a tentar voltar às barracas. Eles foram encontrados separadamente, a distâncias de 300, 480 e 630 metros do pinheiro.

A busca pelos quatro esquiadores restantes levou mais de dois meses. Eles foram finalmente encontrados em 4 de maio, debaixo de quatro metros de neve, em uma ravina embrenhada na mata próxima ao pinheiro.

Investigação

Um inquérito foi aberto imediatamente após o surgimento dos cinco primeiros corpos. Um exame médico não encontrou ferimentos que pudessem ter provocado as mortes, sendo concluído que todos morreram de hipotermia. Um dos corpos apresentava uma pequena fissura no crânio, inicialmente não considerada um ferimento fatal.

O exame dos quatro corpos encontrados em maio mudou completamente o cenário. Três deles apresentavam ferimentos fatais, sendo dois com fraturas cranianas e dois com extensas fraturas torácicas. A força necessária para provocar tais ferimentos teria de ser extremamente alta, com um dos especialistas a compará-la à força de uma colisão automobilística. O mais notável é que os corpos não traziam feridas externas, como se tivessem sido esmagados por um alto nível de pressão. Apenas um dos mortos tinha um ferimento externo considerável: estava sem a língua. A análise das roupas identificou que elas continham um elevado nível de radiação.

Lev Ivanov, chefe da investigação, disse durante entrevista em 1990 que, nos meses de fevereiro e março de 1959, diversas testemunhas, incluindo militares e meteorologistas, relataram a visão de "esferas voadoras brilhantes" na área. Ivanov afirmou, na mesma entrevista, que já na época do incidente imaginava que existisse algum tipo de relação entre os casos.

Inicialmente, especulou-se que o povo indígena Mansi poderia ter atacado e assassinado o grupo por invadir seu território, mas as investigações indicaram que a natureza das mortes não suportaria tal tese; apenas as pegadas dos esquiadores eram visíveis, e eles não apresentavam sinais de combate corpo-a-corpo.

Provas sugerem que o grupo foi obrigado a deixar o acampamento durante a noite, quando já estavam a dormir. Embora a temperatura estivesse baixa (por volta de -25° a -30°C), com tempestade e fortes rajadas de vento, os mortos estavam apenas parcialmente vestidos. Alguns deles tinham apenas um sapato, enquanto outros usavam somente meias. Outros foram encontrados enrolados em pedaços de roupas rasgadas, aparentemente arrancadas daqueles que já tinham morrido.

O veredito final foi que todos os integrantes do grupo morreram devido a uma "força desconhecida". O inquérito foi oficialmente encerrado em maio de 1959 devido à "ausência de parte culposa". Os documentos relativos ao caso foram então arquivados, sendo divulgados ao público somente na década de 1990, ainda assim em fotocópias com diversas partes ausentes.

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